Modelo pode se tornar tendência após a pandemia
Estudo aponta que empresas se adaptaram ao novo sistema de trabalho em casa e pensam em manter modelo de trabalho mesmo após o fim da pandemia
Não é mais novidade que o Home Office chegou para criar raízes no Brasil. O modelo que, por muito tempo, era privilégio de poucos precisou ser adotado no país inteiro após o início da pandemia causada pelo Coronavírus. Agora, estudos e especialistas apontam que grande parte das empresas, antes contra o trabalho remoto, já estão se preparando para manter o modelo após o final da pandemia.
De acordo com um estudo realizado pela Revista Exame, 74% dos empregadores pretendem manter o trabalho remoto mesmo quando o isolamento social não for mais necessário. A eficácia do modelo, o aumento da produtividade, a possibilidade de realizar reuniões, debates e até confraternizações por videoconferência são alguns dos muitos motivos que contribuíram para essa mudança de pensamento e comportamento nas empresas.
Para a psicóloga organizacional, professora do curso de Recursos Humanos do UniMetrocamp, Roseli Filizatti, a pandemia estimulou muito o uso da tecnologia, dando uma outra alternativa para as organizações sobreviverem em meio à crise, mas que o aumento da produtividade é ponto principal para mudança de pensamento dos empregadores.
“O trabalho home office pode trazer vantagens e desvantagens, dependendo de como a empresa e colaborador se estruturem e se organizem para tal. Em relação a produtividade percebeu-se que houve um aumento significativo, fato esse influenciado por diversos fatores. Os principais estão relacionados à exclusão do deslocamento, aumento de foco e concentração, utilização de novas ferramentas de acompanhamento e controle das atividades e consequente possibilidade de auto-gestão das atividades diárias”, afirma a professora.
Esses fatores geram vários reflexos positivos associados ao aumento da motivação e produtividade. Por exemplo, com a exclusão do deslocamento as pessoas trabalham menos cansadas, mais dispostas fisicamente e ainda com a possibilidade de tomar um café ou fazer um lanchinho rápido durante o dia. Com a autogestão do tempo e rotina de atividades, cada pessoa consegue fazer as atividades no seu momento, em sua sequência de preferência, respeitando inclusive seu relógio biológico para essa escolha. A professora ainda completa que mesmo as empresas que não pretendem levar todo seu time para o regime home office integral devem considerar um modelo híbrido. Diante de todas essas vantagens com o trabalho remoto, entende-se que a tendência é que a empresa adote posturas mescladas entre as atividades laborais home office e presencial, que estará associada ao tipo de atividade executada e perfil do colaborador no cargo. Não existe regra fixa para isso, dependerá da cultura de cada empresa e perfil dos gestores. O que sabemos é que nunca mais será como antes, e que todos (empresa e colaboradores) precisarão estar preparados para essa nova rotina.