Segundo turno tem recorde de abstenções

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A ausência às urnas vem crescendo a cada eleição em Campinas: em 2012 elas equivaleram a 19,52% do eleitorado e em 2008, de 15,93%

Com recorde de abstenções no segundo turno da eleição e crescimento de votos brancos e nulos, mais da metade dos eleitores de Campinas não votaram nos dois candidatos que concorreram ao comando da Prefeitura neste domingo. A soma representa 53,88% do eleitorado. As abstenções foram recorde – 297.297 eleitores deixaram de comparecer às urnas, o que representa 35,85% do eleitorado. O recorde anterior ocorreu em 2016, de 22,62%, quando o prefeito Jonas Donizette (PSB) foi reeleito no primeiro turno, com 65,43% dos votos válidos.

Os votos brancos somaram 45,524 (8,34%) e os nulos, 111.507 (20,43%). No primeiro turno, os brancos foram 7,4% dos votos válidos, e os nulos, 30,84%.

O grande número de abstenções, nulos e brancos é um recado das urnas aos dois candidatos, segundo o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-Campinas e professor de Direito do Unimetrocamp, Valdemir Reis Junior

A alta abstenção, segundo ele, é a demonstração clara do desinteresse do eleitor pela política, da descrença de que ela é o meio para que os candidatos façam algo pelo povo. “Isso preocupa, porque os eleitores não se sentem representados nas candidaturas”, disse.

Já os votos brancos e nulos são a forma efetiva de o eleitor demonstrar que não concorda com nenhum dos candidatos. “Tanto as abstenções como os votos inválidos dão o mesmo recado”, afirmou.

A ausência às urnas vem crescendo a cada eleição em Campinas: em 2012 elas equivaleram a 19,52% do eleitorado e em 2008, de 15,93%. Um dos motivos é que, tradicionalmente, os segundos turnos de eleições costumam registrar maior ausência de eleitores. Agregado à descrença na política, neste ano somou-se a pandemia com a necessidade do isolamento social. A Justiça Eleitoral também criou mecanismo, o e-titulo, que permite ao eleitor justificar a ausência pelo aplicativo, sem sair de casa.

“O aplicativo foi um incentivo a mais para justificar. Se o eleitor estava indeciso em relação ao voto, agora ele pode justificar a ausência sem sair de casa”, afirmou o sociólogo Cristiano Rodrigues da Silva.

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